quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre Sapateiros


Revolução Industrial, e por conseguinte toda a modernidade e seus benditos aparelhos eletrônicos transformaram o mundo, onde praticamente viramos números em vez de nomes. Ah, se nossos pais soubessem que o negócio ia deslanchar pra esse lado não tinham perdido tempo fazendo listas de nomes ou vendo novela das oito pra homenagear a Regina Duarte.

Praticamente todas as profissões foram substituídas. As lavadeiras pelas lavanderias, os “guris de recado” pelos oficie boys, os fotógrafos lambe-lambe pelos estúdios fotográficos. Tudo é claro visando a rapidez e agilidade, ou seja, trocando gente por máquina. No entanto, uma das profissões que ainda resiste às promoções tentadoras das lojas de sapatos, não vou citar nomes porque não estou recebendo nenhum patrocínio, é a de sapateiro.

Mas porque eles ainda existem? Tenho uma teoria, onde explica que os sapateiros resistem ao tempo porque se fossem substituídos não ouviriam as nossas lamentações cotidianas. - Seu João, meu salto quebrou enquanto eu seguia meu namorado. Fazia tempos que andava seguindo aquele cafajeste e ontem tive a comprovação de que ele me traia, arrume por favor?! – Sim dona Laura, arrumo com maior prazer, mas sente aqui e me conte melhor essa história.

Se esse profissional fosse uma máquina, teríamos nós a capacidade de soltar o verbo assim ? Certamente chegaríamos a frente de seu visor e logo apareciam as opções: tecle um para salto quebrado, dois para sola caindo, três para furo no bico... e assim se vai. Fora a chance de estar quebrado, pois num país de terceiro mundo a tecnologia é presente, já o seu funcionamento mata aula que é uma beleza. Nesse caso, até essas máquinas iriam por água abaixo e o mais provável seria cair na tentação das dez vezes sem juros e sem entrada.

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