terça-feira, 4 de maio de 2010

Tu viu ?


Foram-se os tempos em que as pessoas queriam ficar no anonimato, hoje em dia moda mesmo é estar no foco. Muitas vezes nem é por alguma atitude boa, agradável ou aprovável. Muito pelo contrário, escândalos, ações repudiáveis ou que choquem são o prato principal de muitos por aí.
Uns que batem palmas e vêem seus bolsos encherem com essa nova moda são os canais de comunicação. Televisão, jornais, rádios e agora a internet dedicam boa parte de sua programação para ver com qual travesti o jogador de futebol está saindo, se alguma atriz apareceu sem calcinha na foto, se a apresentadora de TV está saindo com um garotão 35 anos mais novo que ela e assim, se vai. Se observarmos, são assuntos que mudariam a vida de muitas pessoas, até mesmo o rumo de um país, planeta e assim se vai. Nossa, como conseguimos viver até agora sem essas informações?
Mas, ao invés de se preocupar em fazer o seu papel, os jornalistas distraem seu público com fofocas, boatos e histórias. Deixando de lado a sua verdadeira função, que é de informar simplesmente com a verdade, nua e crua, sem manipulações.
Estamos em período eleitoral e o que a mídia nos oferece em relação aos presidentes, senadores e deputados que pretendemos votar? Alguns dizem, pesquise na Internet! Mas e as pessoas que não possuem Internet? Algumas nem ler sabem. Como que fica? Não queremos saber se o Ciro Gomes é casado com a Patrícia Pillar, se a Dilma fez plástica ou usa peruca, ou se o Serra odeia a polícia por causa da sua experiência durante a ditadura, queremos saber o que eles fizeram e pretendem fazer por esse país.
Será pedir demais que os jornais divulguem informações sobre o que os principais candidatos fizeram ou estão fazendo pelo seu povo? Sua vida política e não a pessoal, como muitos fazem por aí.Exercendo a função de quarto poder a mídia não faz mais do que a sua obrigação.

terça-feira, 31 de março de 2009

Sem emprego e sem diploma também?


Ano passado participei de um ciclo de palestras sobre comunicação comunitária promovido pela ABRAÇO (Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária). A princípio meu interesse era o de conseguir as tão dolorosas horas complementares, mas depois prestando atenção na fala do jornalista e apresentador do Programa VerTv, Lalo Leal Filho, concluí que aquele encontro podia ser mais do que números no meu diploma.
Na ocasião, o jornalista chamou a atenção dos presentes para o espaço que a mídia dispõe para discutir sobre seus próprios assuntos, ou sobre ela mesma. Segundo Lalo, os meios de comunicação não exploram seus próprios assuntos e problemas, assim como, não apresentam à sociedade o que realmente acontece por de baixo dos panos. Mas qual é o interesse dela com isso?
Deixando de lado assuntos que dizem respeito à sociedade, esses mesmos meios de comunicação entopem sua grade de programação com a final do BBB, jogo da seleção brasileira ou com a vida das celebridades. Em contramão disso, no dia 1º de abril o STF julgará o Recurso Extraordinário 511961 que poderá deixar de exigir dos jornalistas o diploma universitário dando a quem quiser a oportunidade de ser mais um comunicador.
Por um momento essa decisão até pode ter um cunho democrático, dando voz e vez a todos os que querem se manifestar. Mas e o conhecimento teórico, normas de ética da profissão, discussão em sala de aula, onde esses futuros jornalistas encontrarão isso? Por fim, acredito que muitas pessoas já nascem com certo dom, tipo uma pedra valiosa. Mas até mesmo a mais linda pérola precisa ser trabalhada para se tornar mais linda e admirável.

sábado, 21 de março de 2009

Jornalista ou jornaleira



Jornalista ou jornaleira? O que o futuro me reserva?
Quando se é criança e algumas qualidades saltam aos olhos alheios, logo te atribuem a alguma profissão. Se gostas de dar explicações ou ensinar, é professora. Se fores curioso, metido mesmo, acabou de nascer mais um advogado e assim se vai.
Ao ingressar na faculdade, acompanhado de materiais escolares (isso para os mais frescos), e um monte de coisas que no final das contas vais cair na real e ver que acabarás usando os mesmos até o final do curso (mesmo que isso dure seis anos como foi o meu caso), entrarão na sala de aula com os cadernos, canetas e tranqueiras em geral, as esperanças de um “mundo melhor”.
Esse fenômeno, que não é o Ronaldo Nazário, norteará sua vida até o segundo semestre, ou até a terceira rodada de cerveja nas redondezas da faculdade. Não que beber seja ruim, é uma maravilha da natureza, mas como diz o velho ditado, “a bebida entra e a verdade sai”, e daí por diante será constatado que fazer faculdade é uma perda de tempo.
Bom, fiz essa longa introdução para expor aqui a atual realidade dos estudantes brasileiros que se formam e não conseguem emprego. O governo cria campanhas de incentivo na área do ensino superior, assim como projetos de financiamento para o estudo, vagas e cotas. Ou seja, um bando de coisas que propiciam a realização de uma faculdade para todos. No entanto, o senhor Presidente da República (ex-operário), não se deu por conta do grandioso número de pessoas que se formam todos os anos e são jogadas no mercado de trabalho.
Esses profissionais, sem qualquer perspectiva de executar a profissão para qual passou anos estudando, lendo polígrafos, fazendo trabalhos ou simplesmente executando a milenar arte de “colar” acabam se frustrando e tornam-se somente números bonitos para serem apresentados no exterior, ou para nossos governantes tentarem provar que nosso país está se qualificando.
Enfim, um curioso pensamento vem rondando minha mente, onde estudo principalmente pedir meu dinheiro de volta da faculdade que cursei. Virar operária, ser oposição dos governos em atividade, falar mais errado ainda do já falo, e depois de tudo isso virar presidente da república, matutam minha mente todos os dias. Com esses gestos, vou ter minha grana de volta, ganhar mais dinheiro ainda, ser famosa (sem precisar entrar no BBB), viajar o mundo todo e de quebra, tchan, tchan, tchan (que não é o da Bahia), ter um diploma de graça (ser diplomada que nem o Lula).
Pena que fiz o ensino médio, senão até semi-analfabeta eu pegava essa vaga e não tava aqui distribuindo currículo que nem uma louca ou fazendo círculos no jornal de domingo.

PS 1 : Um dia pretendo exercer a profissão de jornalista e não precisar usar mais esse blog para escrever esse bando de besteiras.

PS 2: Não apliquei as novas regras de português no texto. Pensando bem, nem as velhas eu sei direito.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O dia em que a expressão rendeu um texto


Neste 13 de maio completamos 200 anos da abolição da escravatura no Brasil. Mas o que é isso mesmo?
Segunda-feira, dia 12 de maio de 2008. Estava sentada com dois amigos num bar comemorando o aniversário da minha prima, onde encontrava-se no mesmo local e pelo mesmo motivo um grupo de adolescentes. Eles falavam alto, bebiam,fumavam e cantavam junto com os clipes musicais que apareciam na televisão, muito mal por sinal. Além disso, mais ou menos de 15 em 15 minutos recantavam o parabéns pra você, que maravilha!
Mas não estou aqui para ressaltar esse tipo de comportamento juvenil, queria destacar a cena que mais me chamou a atenção neste grupo que certamente a faixa etária não passava dos 20 anos. Certa hora da noite um deles fez algo que não foi do agrado coletivo e uma das meninas berrou umas três vezes a expressão – Que negrice!
Sempre me perguntei o que seria uma negrice? Seria uma coisa feita errada?Um grupo de negros?Uma comida salgada que substituí o negrinho?
Claro que sei o que essa expressão racista quer dizer, mas se analisarmos todas as cagadas históricas que prejudicaram o Brasil foram feitas por brancos. Ditadura Militar, economias mal sucedidas, governos corruptos... Se o Brasil nunca teve um presidente negro ou inúmeros governantes negros, como ocorreram essas negrices?
Acho engraçado que no Brasil a maioria das pessoas diz não ser preconceituosa. Gostam de samba, futebol, carnaval e tal, mas fora esses campos onde o negro traz a alegria e a satisfação o negócio muda de rumo.
Ainda nos dias de hoje quando vemos um negro dirigindo um carro novo, pensa-se que ele deve ser motorista de alguém. No âmbito educacional, os poucos que existem nas universidades acreditamos estar ali através das cotas raciais, e nunca que ele paga a mensalidade com o dinheiro do seu trabalho.
Apesar de trabalhar com a mídia, infelizmente um dos meios que acredito contribuir ainda mais para que esse fato se agrave é a televisão. Na atual novela das oito o preconceito racial está sendo apresentado, mas vamos e viemos, de que forma? O negro favelado conquistando a patricinha branca? A empregada doméstica fora dos padrões normais estéticos casando com o filho do patrão ultra racista? Se a televisão gaba-se de imitar a realidade, me mostre onde está essa realidade.
“Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!"
(Castro Alves - Navio Negreiro)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre Sapateiros


Revolução Industrial, e por conseguinte toda a modernidade e seus benditos aparelhos eletrônicos transformaram o mundo, onde praticamente viramos números em vez de nomes. Ah, se nossos pais soubessem que o negócio ia deslanchar pra esse lado não tinham perdido tempo fazendo listas de nomes ou vendo novela das oito pra homenagear a Regina Duarte.

Praticamente todas as profissões foram substituídas. As lavadeiras pelas lavanderias, os “guris de recado” pelos oficie boys, os fotógrafos lambe-lambe pelos estúdios fotográficos. Tudo é claro visando a rapidez e agilidade, ou seja, trocando gente por máquina. No entanto, uma das profissões que ainda resiste às promoções tentadoras das lojas de sapatos, não vou citar nomes porque não estou recebendo nenhum patrocínio, é a de sapateiro.

Mas porque eles ainda existem? Tenho uma teoria, onde explica que os sapateiros resistem ao tempo porque se fossem substituídos não ouviriam as nossas lamentações cotidianas. - Seu João, meu salto quebrou enquanto eu seguia meu namorado. Fazia tempos que andava seguindo aquele cafajeste e ontem tive a comprovação de que ele me traia, arrume por favor?! – Sim dona Laura, arrumo com maior prazer, mas sente aqui e me conte melhor essa história.

Se esse profissional fosse uma máquina, teríamos nós a capacidade de soltar o verbo assim ? Certamente chegaríamos a frente de seu visor e logo apareciam as opções: tecle um para salto quebrado, dois para sola caindo, três para furo no bico... e assim se vai. Fora a chance de estar quebrado, pois num país de terceiro mundo a tecnologia é presente, já o seu funcionamento mata aula que é uma beleza. Nesse caso, até essas máquinas iriam por água abaixo e o mais provável seria cair na tentação das dez vezes sem juros e sem entrada.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O tal do superego



Às vezes por mais que tu consigas aprisionar um sentimento ele consegue a liberdade. Pode ser através do sonho, cantando uma música que toca no rádio, através de um olhar ao ver algo que lembra algo, só sei que ele nos distrai e foge.

Não sei para qual lugar ele vai, somente me pergunto o porquê dele não sair da forma mais simples, que é de livre e espontânea vontade, nossa ou dele mesmo. Sei que o negócio está confuso, mas é mesmo assim que nos sentimos quando não deixamos algumas vontades se tornarem realidade, fenômeno atribuído ao tal do superego, como me explicou dias atrás uma amiga.

Queria pelo menos um dia na minha vida falar, fazer e sentir tudo o que tenho vontade, mas o tal do superego não deixa. Seriam 24 horas de eu te amo, vai te ferrar, não vou fazer isso, quero te beijar, te abraçar, pega 50 reais e vai beber e por aí vai. Após isso deitaria minha cabeça no travesseiro e descobriria que tudo não passou de vontade, e como diz minha tia, “...vontade é coisa que dá e passa...”.